“O cultivo da compaixão não é mais um luxo, mas uma necessidade, se nossa espécie quiser sobreviver.” – O Dalai Lama
Nosixtyandme.com, compartilhei várias pesquisas que apontam para um estilo de vida compassivo como um caminho para a saúde e a felicidade. Neste blog, compartilharei o que estou aprendendo no Grupo de Trabalho Compaixão na Educação sobre como cultivar e praticar o estilo de vida compassivo.
Em nossa sessão de trabalho, passamos um dia inteiro conversando sobre compaixão. Nosso trabalho não foi apenas teórico. Também fizemos algumas atividades experimentais e meditações para chegar ao cerne do desenvolvimento da compaixão.
Aprendemos que a compaixão tem três dimensões: receber compaixão, autocompaixão e estender a compaixão.
Vejamos cada um deles por sua vez.
Recebendo Compaixão
Em nossa sessão, fizemos uma meditação sobre receber cuidados. Assim como muitas outras mulheres, costumo ser a pessoa que cuida, em vez de ser a destinatária do cuidado.
Minha avó, uma sobrevivente do Holocausto, costumava elogiar as mulheres que ela conhecia que sofriam em silêncio e nunca reclamavam. Como resultado, pensei que receber compaixão era um sinal de egoísmo ou fraqueza.
Na meditação, fomos solicitados a pensar em alguém que cuidou de nós profundamente e a quem permitimos que nos tocasse.
A princípio, pensei em uma amiga maravilhosa, Kathe, que esteve ao meu lado em todos os momentos difíceis, sempre me encorajando. Então, minha imagem se transformou em meu pai de quase 90 anos. Percebi que, embora durante grande parte da minha vida não tenha me sentido muito próximo dele, isso começou a mudar quando ele completou 80 anos.
Pude sentir seu profundo carinho por mim e lágrimas vieram aos meus olhos. Permitir que os outros cuidem de nós é belo e importante quando entramos em um período de nossa vida em que as circunstâncias podem fazer com que não possamos ser tão autossuficientes como éramos quando tínhamos trinta e quarenta anos.
Auto compaixão
Uma amiga minha, que foi diagnosticada com esclerose múltipla quando jovem, sempre falava do que chamava de autocuidado extremo. Ao longo dos anos, observei-a praticando isso religiosamente. Isso permitiu que ela prosperasse e se tornasse uma autora e palestrante amada internacionalmente.
Foi interessante, na sessão da oficina de compaixão, que nosso grupo teve dificuldade em focar no autocuidado. Freqüentemente, deixamos de falar sobre como cuidamos de nós mesmos para falar sobre sistemas escolares e outros tópicos.
Nosso facilitador comentou que não éramos incomuns dessa forma. Ela descobriu que a maioria das pessoas não gosta de falar sobre autocuidado. É como se cuidar de nós mesmos fosse visto como egoísmo. E, no entanto, assim como quando viajamos de avião, eles nos ensinam a colocar a máscara de oxigênio primeiro sobre nós mesmos em caso de acidente e depois colocá-la nas crianças.
Cuidar de nós mesmos nos permite a capacidade de cuidar dos outros.
Então, cada um de nós compartilhou como cuidamos de nós mesmos e as respostas variaram de abraçar uma criança, fazer jogging e meditar. Aqueles de nós que eram um pouco mais velhos falavam de uma taça de vinho à noite e de entrar na banheira de hidromassagem.
Há muitas maneiras de cuidar de nós mesmos, desde reservar um tempo para reflexão e comer bem até cuidar de nossos corpos e perdoar a nós mesmos e aos outros por rancores ou mágoas de longa data.
Nessa linha, encontrei uma ótima meditação guiada, de Tarah Brach, professora de meditação e psicóloga. Confira aqui: Meditação Guiada sobre Autocompaixão .
Kristin Neff aponta alguns mitos da autocompaixão . Ela diz que, além do medo de sermos egoístas, também sentimos que a autocompaixão é um sinal de fraqueza. Ela diz:
“Quando cuidamos de nós mesmos com ternura em resposta ao sofrimento, nosso coração se abre. [...] Em uma reviravolta surpreendente, o poder estimulante da autocompaixão agora está sendo iluminado pelos métodos práticos e obstinados da ciência empírica, e um crescente corpo de literatura de pesquisa está demonstrando conclusivamente que a autocompaixão é não apenas central para a saúde mental, mas pode ser enriquecida por meio do aprendizado e da prática.”
Outro amigo meu elaborou um programa para ensinar as crianças sobre autocompaixão. Ela se concentra em ajudar as crianças a serem gentis consigo mesmas quando inevitavelmente cometem erros na vida.
Esse tipo de autocompaixão abre a porta para descobrir nossa própria força interior e compaixão pelos outros também. Perdoar a nós mesmos por nossos erros (e neste momento de nossas vidas, todos nós cometemos alguns grandes), pode realmente oferecer uma sensação de alívio e cura.
Tarah Brach tem outra boa meditação sobre cura: Meditação Guiada: Abandonar o Julgamento .
Estendendo a Compaixão
Estender o cuidado é o amor e a compaixão que sentimos por aqueles que conhecemos e até mesmo por aqueles que não conhecemos. Abordar o mundo com um sentimento de compaixão é aliviar o sofrimento de todos os tipos.
Às vezes, isso envolve focar nos membros de nossa família. Podemos cuidar de nossos pais, de nossos filhos adultos e de nossos netos.
Às vezes, temos um parente ou amigo que está sozinho e precisa de nossa ajuda. Tenho uma família extensa na Nicarágua que muitas vezes precisa de nossa ajuda com custos de assistência médica e colocamos nossa sobrinha na Nicarágua na faculdade de medicina. Este sacrifício me deu muita alegria.
Outras vezes, estender o cuidado é ajudar outras pessoas em nossa comunidade ou tornar o mundo um lugar melhor. Formas de ajudar o próximo não faltam e focar nossa energia em uma causa dá muito sentido à nossa vida.
Acabar com o ódio, o bullying e a intolerância tem sido uma paixão vitalícia para mim. Esta é uma causa que às vezes parece esmagadora. Ao mesmo tempo, sinto que superar nossas diferenças é a maneira mais importante de ajudar nosso mundo a superar seus muitos problemas.
Três maneiras de desenvolver a compaixão
A principal forma de cultivar a compaixão é tendo a intenção de fazê-lo, refletindo sobre aqueles que amamos e como estamos vivendo nossas vidas. O Greater Good Science Center tem algumas maneiras específicas de ajudá-lo a iniciar esse processo. Aqui estão algumas de suas sugestões:
Pratique o Altruísmo
Abra-se para atos de altruísmo. Isso pode ser praticado alcançando a conexão e oferecendo apoio àqueles em sua família e outras pessoas em seu mundo, perdoando as pessoas que o magoaram em sua vida e liberando seus ressentimentos e abrindo sua mente e coração para aqueles que são diferentes de você. Leia mais sobre praticando altruísmo .
Experimente o poder da meditação
Medite sobre sentimentos de compaixão imaginando alguém que você ama ou que precisa de seu apoio. Como eu disse acima, eu uso a meditação guiada para ajudar a começar. Leia mais sobre práticas de meditação e atenção plena .
Coloque um rosto humano no sofrimento
Reconhecer o sofrimento dos outros e encontrar maneiras de ajudar o levará a um estilo de vida compassivo. Ao fazer isso, tente não ficar sobrecarregado, mas observe as pequenas coisas que você pode fazer para ajudar. Leia mais sobre colocar um rosto humano no sofrimento .
Nós, boomers, estamos nos unindo a outros que estão mudando o modo como vemos nossas vidas depois dos 50. Admiro o site Sixty and Me e os blogs que nos inspiram a ver esta época de nossas vidas como um momento de grande potencial.
Quero encerrar com uma história que foi compartilhada no Compassion Working Group, uma história Cherokee sobre o bem e o mal. é chamado dois lobos .
Um velho chefe Cherokee estava ensinando seu neto sobre a vida.
“Uma luta está acontecendo dentro de mim”, disse ele ao menino. “É uma luta terrível e é entre dois lobos.”
“Um é mau – ele é raiva, inveja, tristeza, arrependimento, ganância, arrogância, autopiedade, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, falso orgulho, superioridade, insegurança e ego.”
“O outro é bom – ele é alegria, paz, amor, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.”
“Essa mesma luta está acontecendo dentro de você – e dentro de todas as outras pessoas também.”
O neto pensou por um minuto e então perguntou ao avô: “Qual lobo vence?”
O velho chefe simplesmente respondeu: “Aquele que você alimenta.”
Qual lobo você alimenta? Como você desenvolve a compaixão em sua vida? Por favor, junte-se à conversa nos comentários abaixo.
